Conheça o Batman de Michael Keaton que está em The Flash e foi muito importante para a história de filmes de herói nos cinemas
Batman das antigas
Talvez quem tenha nascido nos anos 2000 em diante, somente conheceu este Batman através de imagens ou vídeos pela espalhados pela internet. Portanto, quem nunca assistiu algum filme do personagem, terá a experiência da “novidade” e a chance de conhecer um ícone.
Este artigo irá ajudar a conhecer, e quem sabe, estabelecer um interesse nos filmes antigos. Para aproveitar melhor o que vem por aí em The Flash, recomendamos que conheça este Batman icônico.
Contexto
O personagem foi marcado na década de 60 com uma série galhofa protagonizada por Adam West e nunca havia ganhado um filme live-action a sua altura.
Já o Superman, havia recebido um filme solo em 1978, com o incrível Christopher Reeve como o Homem de Aço, e a mensagem de que “o homem pode voar”. Nos anos 80 tudo mudou, e no fim daquela década o mundo entraria em êxtase com o maior herói da DC.
A princípio, a ideia da produtora era explorar o tom mais sombrio e que condizia com o Batman dos quadrinhos. Naquela época as pessoas já conheciam obras como O Cavaleiro das Trevas de 1986 de Frank Miller. No entanto, tanto na TV quanto no cinema, esta faceta do herói não havia sido explorada.
Então, a Warner Bros. escolhe o diretor Tim Burton para dirigir o projeto. Em seguida, o papel de protagonista pertenceria a Micheal Keaton, o que na época causou protestos.
Fãs enviaram cartas à produtora com pedidos para retirar Michael do papel, por ser baixo e magro, ao contrário do Bruce Wayne dos quadrinhos que media 1,90m e musculoso.
Lançamento e sucesso
Lançado em 1989, Batman foi um sucesso, revolucionou o gênero de filmes de heróis no cinema. Seu estilo gótico e com um vilão espetacularmente interpretado por Jack Nicholson, o Coringa, as peças pareciam se encaixar perfeitamente.
O contraste do Batman com o Coringa, sendo de um lado, o herói totalmente sério e de outro o vilão com características humorísticas, porém sinistras foi destaque. Essa mistura deram ao longa um equilíbrio interessante.
Este Batman é bom?
É ótimo, apesar da contestação dos fãs, Michael Keaton manda bem no papel. O ator conseguiu entregar um protagonista sisudo, com traumas psicológicos, e alterando a tonalidade da voz quando está por baixo da armadura.
Aliás, essa é uma curiosidade. Nos filmes atuais, é possível perceber que quando Bruce Wayne assume o manto do herói, a sua voz é mais grossa, enquanto que, quando está na pele do milionário filantrópico, o timbre soa de forma natural.
Michael Keaton criou esta característica para o personagem, pois ele achou que quando Bruce está na pele do morcego, deve alterar toda sua personalidade e fazer valer o disfarce.
Em entrevista a Empire Magazine, Keaton relata o processo de criação:
“Me lembro de ficar lá pensando: ‘ok, como vamos fazer isso?’”, disse Michael Keaton. “Como o público realmente vai acreditar que as pessoas não vão ficar: ‘claramente este é Bruce Wayne vestido com uma roupa de borracha’”.
“Ele tem duas personalidades. O cara não é psicótico, mas não muito longe disso. Psicose controlada”, acrescentou Keaton sobre Bruce Wayne. “Para justificar tudo isso, não posso trocar o óleo do Batmóvel e dizer: ‘bem, tenho que matar algumas pessoas’, então ele provavelmente acaba entrando em um transe profundo, é uma cena que acho que nunca apareceu. Como você justifica a voz? É brega, mas percebi que uma vez que ele está em transe, ele não pensa como Bruce Wayne, não age como ele. Então a voz saiu disso, foi uma coisa muito prática”.
O primeiro filme de 1989 foi um sucesso de crítica e bilheteria. Seu orçamento foi de US$ 35 milhões, mas ele conquistou mais de US$ 411 milhões nas bilheterias mundiais, quase dez vezes mais.
Batman – O Retorno
Com todo o sucesso, a Warner queria uma continuação, no entanto, o Diretor Tim Burton queria controle total do processo criativo do longa. Depois de negociações, a Warner concordou e o projeto seguiu em frente.
Com lançamento em 1992, Batman – O Retorno apresenta o mesmo Batman, com Michael Keaton no papel principal. Contudo, o protagonista tem menos tempo em tela, Tim Burton preferiu focar na história de origem dos vilões.
Apesar de aparecer menos, Keaton ainda nos entrega aquele Batman do primeiro filme, não alterando sua personalidade, o que era bom, apenas continuou bom.
Curiosamente, como notamos no resultado final do filme, Batman – O Retorno não é uma sequência direta de Batman (1989), funcionando como os filmes de 007.
As ligações com o filme anterior acontece através de rápidas menções escondidas no texto – muitas vezes sem lidar com fatos e personagens apresentados anteriormente.
Dessa forma, quaisquer traços do Coringa e de Vicki Vale foram varridos para debaixo do tapete. O que notamos no decorrer do filme é somente uma menção aqui e outra ali.
Ainda assim, é uma obra que continua com uma estética bela, gótica, e consegue trazer diversão para os fãs. Aliás, muitos fãs preferem o segundo filme do que o primeiro.
Fim da era Keaton
O orçamento do segundo longa foi de US$ 80 milhões, mas infelizmente, o raio não atingiu duas vezes no mesmo lugar. Apesar da recepção positiva, o filme lucrou apenas US$ 266 milhões no mundo todo.
Este fato contribuiu para que o terceiro filme não fosse realizado. O McDonald’s também obteve fracasso na venda de bonecos, por considerar os personagens sombrios e enterrando a possibilidade da sequência.
Em suma, vale a pena conferir esses dois filmes e conhecer este Batman, não só o personagem em sim mas tudo em sua volta. O batmóvel, o batwing, a trilha sonora marcante de Danny Elfman, bons vilões, enfim, para quem gosta do personagem, vale a pena conferir.
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